sexta-feira, 8 de maio de 2009

Quanto tempo um órgão pode passar fora do corpo humano?


Por algum tempo, as condições de circulação sangüínea e de respiração podem ser mantidas por meios artificiais (medicamentos que aumentam a pressão arterial, respiradouros etc.), até que seja viabilizada a remoção dos órgãos para transplante.Após a retirada, os órgãos suportam muito pouco tempo sem circulação sangüínea. No máximo: pulmão e coração (4-6h), fígado (12-24h), pâncreas (12-24h), rins (24-48h), córneas (até 7 dias).
A doação de órgãos envolve uma matemática interessante: um único doador é capaz de salvar ou melhorar a qualidade de vida de pelo menos 25 pessoas. O que se constata, no entanto, é que a média de transplantes no país fica muito aquém do necessário. VEJA revela que a razão do problema não está na escassez de doadores, mas na falta de condições estruturais para a captação e distribuição dos órgãos. Alguns números do desperdício de oportunidades são apresentados na reportagem associada a esse roteiro de aula, além do relato de casos que comprovam essa deficiência. Convoque a turma para uma discussão em torno de bioética e cidadania que o tema sugere e aproveite para examinar questões biológicas importantes relacionadas aos transplantes.
Lembre que o corpo humano é hierarquicamente constituído de células, tecidos e órgãos que se desenvolvem e se sustentam durante muito tempo por reposição celular. Algumas células morrem e são repostas, o que mantém funcionais os tecidos e os órgãos que elas constituem. Mas há limitações nesse processo. Muitas células, como as que formam a epiderme ou a mucosa de revestimento dos órgãos, podem se renovar por inteiro. Mesmo as que constituem grande parte do tecido hepático também são capazes de se restaurar, fazendo com que o fígado cresça se for necessário. O mesmo não acontece com as células do tecido nervoso ou muscular e outras do tecido conjuntivo. Elas são capazes apenas de continuar vivas, anexando ou perdendo substâncias ou ainda secretando-as em maior ou menor quantidade para o exterior. À medida que envelhecemos, o número de células nervosas diminui, enquanto nossos músculos, ligamentos e tecidos de preenchimento perdem algumas de suas características.
A velhice do órgão nesse caso interfere menos do que a capacidade que o receptor tem de nutrir e defendê-lo, fator que muda drasticamente com o tempo. Assim, é possível doar um rim até com 70 anos de idade.


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